Dias longos de verão feliz

O verão começou, ainda que tímido; não percebo com que legitimidade lhe tiraram a letra maiúscula. O meu verão – de, por enquanto, menos de 48 horas – tem sido bastante feliz. Duas semanas de trabalho novo, ideias, desafios, aprendizagens, vontades e tudo o que descreverei depois. (Sabem, eu gosto de deixar algumas coisas para “depois”.)

Surge o fim-de-semana para explorar terraços de verão quando as nuvens dão tréguas, meio na dúvida. Vou parar à casa da minha nova chefe, lá no faroeste da Maria Londres, em consequência de convite após – repito – duas semanas de trabalho. Uma chefe de sorriso contagiante, sangue indiano, educação britânico-norte-americana, marido de San Diego que conheceu durante uma vida nómada entre as Filipinas e Manhattan. Eis que estamos à-mesa-à-americana, prato vegetariano ao colo, acompanhados de um economista de saúde dinamarquês e um geek de startups com três-quase-quatro-passaportes (sendo que o original é jamaicano e eu perdi a sequência das restantes histórias).

À cerveja segue-se o vinho do Douro, cuja família dá pelo nome de Pinto – que é o apelido do jamaicano – e nos põe a conversar sobre os tempos de outrora. A chefe com apelido de Goa, os crânios californianos com cheiro a Sillicon Valley a dar-me lições de geografia e cinema (surpresos e orgulhosos quando revelo The Deer Hunter como o meu filme preferido), e juntos usamos os iphones em redor para cronometrar resumos de teses de doutoramento e mestrado em dois minutos.

O vinho entranha-se com a profundidade da conversa além-fronteiras, pergunto-me o que fiz quase dois anos encafuada num mundo fechadamente britânico, para perceber que tudo tem a sua razão de ser e se estive ali hoje foi porque esses dois anos o proporcionaram.

Meia-noite e pouco é hora de apanhar o último metro, que Maria Londres não perdoa. O metro vai em hora de ponta, com todos os responsáveis corajosos que regressam a casa cedo num sábado à noite porque não beberam o suficiente para perder a hora. Dentro do tubo partilho com eles  em silêncio a minha nova paixão por Londres.

Mudam-se as circunstâncias, muda-se a perspectiva. Desculpa-me, Londres, por te ter subestimado.

E que isto não pareça discurso de verão – que eu acabo de descalçar as botas de inverno.

Uma resposta

  1. AHAHAHAAAAAA, Jippieh Jucheeeee!!!!!! du kannst dir nicht vorstellen, wie glücklich mich diese worte machen!!! tana, ich komm sofort wieder zu besuch und schmeiß dich in die luft!!! ich wusste, dass es möglich ist, und jetzt wird es wahr und ich freue mich so über alle maßen für dich, dass ich eigentlich keine worte dafür habe!!! viva maria londres!!! viva tana!!! vivam as amigas maria londres e tanaaa!!! whuhuuu yeeeeaaaaaaaah!!! ❤

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